quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Nada mesmo?

Mais uma tarde de céu claro entre as árvores do campus. Mais um ano que se acabava e a sensação de vazio tomando conta. Ali, sentada sozinha, ela se questionava por que as coisas sempre davam errado. E essa sensação de vazio? Vazio mesmo? Ela tinha tanto e continuava tendo nada. Nada mesmo? Ela sabia que não era bem assim. Escolhas erradas foram feitas, ela tinha aberto mão de muita coisa e estava começando praticamente do zero. Finalmente algumas coisas estavam se firmando, talvez realmente desse certo esse sonho louco de não ter passado. O passado lhe fazia mal, e infelizmente não só o dela. Mas como explicar esse medo do que já morreu? Alguns fantasmas sempre tornam a assombrar. E aquele havia pulado do décimo andar direto à morte só pra atormentá-la. Não bastava dar errado, ela tinha que ser tratada como um nada. Aquele vazio doendo no peito não era dela. Não era ela que insistia em se fechar em si mesma e ouvir apenas ao passado. Ela havia seguido em frente como prometido. E agora sendo um nada, ela seguiria em frente sem olhar pra trás.

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