terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Indiferença

Algo estava errado. Pairava no ar uma sensação de estranheza. Os toques já não eram os mesmos, os olhares se desencontravam. Desinteresse. E eu fazendo sexo com um cadáver. Era preciso dizer algo antes que fosse tarde demais. Poucas palavras bastaram. A enxurrada de tudo o que eu mais temia ouvir veio, e foi devastando o que havia pela frente. Eu só sei ouvir calada, o cadáver agora sou eu. Eu devo responder... eu falo. E não sobra mais nada a que se prender. São dois cadáveres em uma imensidão de dor, desilusão, raiva... um turbilhão. Agora só te resta escolher entre jogar terra em cima ou segurar a minha mão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário